30 dezembro 2009

Arte com sacos de papel

Acabei de ler um pequeno texto sobre o trabalho fantástico de Yuken Teruya: Notice Forest.
Neste seu projecto, o artista japonês utiliza sacos de papel (alguns deles, sacos das refeições McDonald's) nos quais recorta formas de árvores. O resultado, só visto!


Ele fez também um trabalho semelhante com a parte interior dos rolos de papel higiénico, livros e jornais.

O trabalho dele lembra/me, de alguma forma, o trabalho do artista brasileiro Vik Muniz e do qual tive conhecimento ao ver a exposição temporária que se encontra no MON - Museu Oscar Niemeyer (carinhosamente conhecido por Olho) em Curitiba.

Muniz trabalha também com objectos existentes, arranjando-os de forma criativa para formar paisagens, retratos, etc., que depois fotografa. A imagem da esquerda é criada com o lixo de uma lixeira. A da direita é criada com arame trabalhado.



Fiquei extremamente impressionada com o trabalho dele e com imensa vontade de comprar vários dos seus trabalhos. Se tivesse dinheiro para isso, claro!

18 novembro 2009

Filhos

Muitos querem dois.
Mas depois...
Uns têm mais,
Outros têm menos.
Aventuram-se enquanto os primeiros são pequenos
Ou mais tarde "É tarde demais"

07 outubro 2009

Um pião? Nem por um tostão

Eu tenho um pião,
um pião que dança.
Eu tenho um pião
aqui na minha mão.
Gira, que gira o meu pião.
Eu não to dou nem por um tostão.


É impressão minha ou esta canção está a sugerir aos mais pequeninos que não devemos partilhar os nossos brinquedos e, pior ainda, está a destruir o nosso espírito empreendedor? :-)

10 setembro 2009

Sushi em Carcavelos

Esta semana fui almoçar ao Carcavelos Sushi Café. Fica em... Carcavelos com uma excelente vista para o mar.

Como era hora de almoço aproveitei o menú executivo de sushi (15 euros) enquanto que o meu marido optou pelo menú executivo de tempura (12 euros). A ementa inclui sopa miso, bebida, sobremesa (tarde de maça ou crepes de chocolate) e café. Gostámos bastante da comida e as doses são mais do que suficientes.

Infelizmente o serviço deixou um pouco a desejar pela (não) simpatia da senhora que nos serviu à mesa.

É engraçado como com uma localização tão boa, uma decoração tão agradável, uma comida tão simpática, uma ementa tão bem construída, esbarram naquilo que, teoricamente, seria o mais fácil: ter gente simpática a atender os clientes.

02 setembro 2009

Tapeçarias de Portalegre


Durante os dias que passei de férias na Figueira da Foz (este ano fui para fora cá dentro - não tivesse eu estado fora tanto tempo) visitei a exposição "Nós na Arte", uma exposição de tapeçarias de Portalegre associadas à arte contemporânea.

Não sabia bem o que esperar na exposição, o que é certo é que adorei o que vi. Primeiro porque não conhecia esta tapeçaria e depois porque achei maravilhosa a ideia de associar esta forma de trabalho artesanal à recriação de pinturas contemporâneas.

O site das tapeçarias não é grande coisa já que não faz jús à beleza do trabalho mas contem alguma informação útil, nomeadamente informação do local de manufactura, em Portalegre claro, e da Galeria, em Lisboa.

De acordo com Fernando Martins, a exposição irá permanecer no edifício do antigo Casino Oceano, ao lado do actual Casino da Figueira da Foz, até ao final de Setembro.

03 agosto 2009

Cavalo às riscas

Aqui há algum tempo, quando ainda estávamos em Inglaterra, comprámos ao meu filho o livro "Who are you, Stripy Horse?". É um livro muito engraçado e com um factor surpresa no final. A ilustração é também muito apelativa e o livro foi um grande sucesso na primeira leitura e em todas as que se vão seguindo.

Como na contracapa do livro aparece uma referência a um outro livro dos mesmos autores e sobre a mesma personagem, o Stripy Horse, o meu filho tem pedido que lho compremos.

Fizemos-lhe esta semana a vontade e comprámos-lhe o "Look out, Stripy Horse". Infelizmente, o livro não é nada de especial e, por vir na sequência de outro que tanto nos agradou, soube a pouco. A história é engraçada mas falta-lhe a "punch line" final que, não sendo comum nos livros para criança, tanto nos surpreendeu no primeiro trabalho de Jim Helmore e Karen Wall.

27 julho 2009

"Contos Policiais" em português

Sempre fui uma ávida leitora de policiais. Comecei com Agatha Christie, no original, para praticar o meu inglês. Tornei-me sócia da biblioteca da British Council para poder continuar a ler os autores de que gostava nas suas versões originais. Depois, com a mudança para Londres, tudo se tornou ainda mais fácil (com as bibliotecas, os livros baratos, etc.).

Habituei-me a vários autores e sempre tive dificuldade em imaginar policiais em português. Também sempre tive curiosidade em saber como seriam.

Em Janeiro entrei na FNAC e encontrei o livro "Contos Policiais" numa das estantes. Coordenado por Pedro Sena-Lino, o livro apresenta nove pequenos contos escritos por outros tantos autores portugueses. Pensei ser uma óptima forma de ficar a conhecer nove autores alguns dos quais poderia depois querer explorar em versão "comprida".

Pois bem, acabei de ler o livro ontem (não, não o comecei a ler em Janeiro - lembram-se que ainda há pouco tempo tinha acabado de ler outro?) e resolvi partilhar aqui as minhas impressões.

Infelizmente não são muito positivas. O que eu gosto num policial é um texto fácil de ler e que permita ao leitor focar toda a sua atenção no enredo, nas pistas, nos problemas, etc.. O que encontrei neste livro foi uma séria de contos que pareciam esconder a falta de enredo com um estilo de escrita todo cheio de rócócós, difícil de acompanhar.

Alguns contos são daqueles que começam hoje, recuam para o ano passado, voltam para a frente, e para trás, e para a frente. A certa altura, eu que só queria descansar a cabeça, já estava é ainda mais cansada de tanto esforço fazer para acompanhar o fio da narração.

Outros contos, estão tão cheios de adjectivos e salamaleques que me dava quase logo vontade de os pôr de lado. É quase como se, para se ser escritor, se tivesse de usar (e abusar de) uma série de recursos estilísticos. É como se isso fosse o grande diferencial entre os bons e os maus escritores. É como se o que interessasse não fosse o conteúdo - fosse sermos diferentes.

Ainda assim, houve três contos que me deixaram um pouco mais esperançada na narrativa policial portuguesa: "o criminoso portuguesinho" de valter hugo mãe (mas porque é que o autor não pontua devidamente o seu texto e não utiliza letras maiúsculas como qualquer outra pessoa que tenha ido à escola e tenha aprendido os básicos da escrita?), "D. Quixote" de Rui Zink (para quê tantas quebras no texto?) e, especialmente, "A perdição do sorriso cromado" de Ricardo Miguel Gomes.

Penso que o único que me levaria a comprar um livro assinado por si seria este último. Infelizmente, uma pesquisa na Internet não oferece qualquer indicação de o autor ter escrito qualquer outro trabalho (comprido ou não). Posso ter pesquisado mal. Se assim for, alguém que me corrija.

07 julho 2009

Toalhas de casa-de-banho a condizer

Um dia destes comprámos uma cortina de chuveiro muito engraçada para o meu filho. Foi a IGGE do IKEA.

Os motivos são muito engraçados. O meu filho adora os animais e eu também confesso que adoro o ar caricaturesco e colorido dos animais.

Resolvi então aproveitar os motivos para bordar umas toalhas de casa-de-banho a condizer.

Utilizando papel vegetal que sobrepus ao cortinado, tracei os animais a lápis de carvão. De seguida, virei o papel ao contrário e coloquei por cima da tira de quadrilé virada do avesso. Passei com o lápis por cima dos riscos que tinha feito do outro lado e o carvão passou para o tecido (dado que estávamos a riscar com o papel e o tecido do avesso, os animais ficaram na mesma posição em que estam na cortina). Depois foi só bordar usando uns restos de linha colorida, nº 8 e nº 12, que tinha cá em casa.

Consegui que os animais ficassem na toalha com exactamente o mesmo tamanho que têm na cortina. Utilizei uns animais mais "baixas" na toalha de maõs onde bordei numa tira de quadrilé de 6cm, e na toalha de banho utilizei uma tira de 7,5cm pelo que pude optar por uns animais maiorzinhos.

Fiquei contente com o resultado e o meu filho adorou, apesar de não perceber porque é que não consegue encontrar nos animais todos os tipos de animais que encontra na cortina :-)

Bath towels

Raposas no Parque - pós leitura

Escrevi aqui recentemente sobre o livro "Há Raposas no Parque" de Clara Macedo Cabral. Na altura ainda só tinha lido alguns capítulos. Agora, que já terminei o livro, posso falar um pouco mais.

Geese near Tower BridgeO livro é aquilo que a capa promete que seja: um relato da vida em Londres entre 2007 e 2009. O relato de uma mãe, de uma portuguesa, de uma mulher, de uma cidadã. As várias perspectivas conjugando-se e competindo, numa sequência de capítulos que vão abordando vários aspectos do quotidiano, da cultura, da política e da sociedade londrinas.

Confesso que esperava ler um pouco mais sobre a experiência de estar grávida, ter um bebé e superar os primeiros meses de vida do bebé em Londres. Talvez por ter passado recentemente por essa experiência e ter pena de eu própria não ter documentado esses momentos: as consultas, os exames, a preparação para o parto, a escolha da maternidade, o parto, o apoio domiciliário prestado após o parto, etc..

Por outro lado, li muito mais sobre política, economia e a sociedade do que contava. Foi uma agradável surpresa e acabei por aprender muitas coisas que por preguiça ou falta de oportunidade, nunca me foi dado aperceber. É especialmente nestes aspectos que vem ao de cima a formação da autora, que empresta um olho crítico e conhecedor a muitos dos aspectos que tanto marcam a vida em Londres.

Uma das coisas mais interessantes do livro é a forma como lemos sobre as perspectivas tão pessoais da autora sem ficarmos a saber muito sobre ela, sobre a sua família, a sua ocupação, etc.. É um relato pessoal sobre a cidade. E se, por um lado tenho pena de não ter ficado a saber mais sobre ela (confesso o meu lado de "cusca"), por outro lado admiro a forma como Clara conseguiu escrever um livro tão pessoal sem ser sobre si.

Como disse no outro post, no início não estava a gostar muito do estilo de escrita da autora. No entanto, pareceu-me que o estilo de escrita foi mudando com o passar dos meses, tornando-se mais fluido, menos formal, menos pensado (a forma como é escrito, não o conteúdo). E, por essa razão, ou porque me fui habituando ao estilo de escrita da autora, gostei bastante mais dos últimos capítulos.

Palavras finais: valeu bem a pena comprar e ler este livro, e ando já a pensar que outros portugueses é que eu conheço em Londres que possam gostar de ler este livro.

(A foto, tirada por mim em Londres a 26 de Abril 2008, mostra que não só há raposas como também há gansos no parque. Uma das surpresas de Londres sobre a qual já aqui escrevi.)

20 junho 2009

Clothkits - kits para confecção de roupa

Hoje, graças ao True Up, descobri a Clothkits. Esta empresa inglesa vende, entre outras coisas, kits para confecção de roupa em casa. Os kits incluem instruções, tecidos com linhas de corte e costura impressas, botões, linhas e tudo o mais que seja necessário para a confecção da peça de roupa.

O que é torna estes kits tão espectaculares: as linhas de corte e costura estarem impressas no próprio tecido e, acima de tudo, o estampado dos próprios tecidos disponíveis. Vale a pena ver!




19 junho 2009

Raposas no Parque

Um destes dias marquei encontro com um amigo à porta de uma livraria. Eu cheguei antes da hora ele estava atrasado. Resolvi entrar. Dei a volta a um dos expositores e os meus olhos foram bater num livro com um título curioso e uma capa que me chamou bastante a atenção.

Peguei no livro. Na contracapa:

"O presente livro parte da experiência de uma portuguesa que, tendo ido viver para o Reino Unido, reflecte acerca do processo de se tornar mãe num país estrangeiro, dar à luz num hospital londrino, criar um filho sem o apoio de uma família alargada, apenas com o recurso aos meios comunitários e a baby-sitters, que abrem, também elas, portas para uma visão “de dentro” sobre o mundo da imigração na cidade de Londres."

Acho que até senti um arrepio. Quase poderia estar a ler a contracapa de um livro meu...

Leio muito mas não sou muito de comprar livros: gosto muito de requisitar livros nas bibliotecas (hábito que adquiri em Londres). No entanto, este livro... tive de o comprar... na hora.

Comecei já a lê-lo. Confesso que não sou grande fã do estilo de escrita da Clara Macedo Cabral (pelo menos neste livro já que não conheço qualquer outro seu trabalho escrito) mas estou a adorar a forma como ela introduz vários factos e observações quotidianas que tão bem retratam os desafios, as oportunidades, as realidades de uma portuguesa a viver em Londres com um bebé ao colo.

09 junho 2009

Letterpress

Hoje li sobre uma troca de trabalhos de letterpress entre criadores. Foi organizado pela Kelly da Paper Stories. O resultado da troca foi fantástico.




Os criadores cederam algumas prints extra pelo que a Kelly, com a ajuda de divulgação do blog PoppyTalk, resolveu organizar um passatempo para oferta dessas prints.

Novo trabalho em crochet

Comecei hoje um novo trabalho em crochet. Algo que nunca fiz. Não tenho ideia de quanto tempo irá demorar (porque nunca fiz nada assim e porque não sei da minha disponibilidade). Não sei se irá ficar bem porque estou a fazer alterações aos exemplos que tinha visto. Mas, quando acabar, mostro aqui como ficou.

O que é? Ah, isso não posso dizer :-)

14 fevereiro 2009

Livro novo

Hoje o meu filho recebeu um pacote de livros através do esquema Bookstart aqui em Inglaterra. Este esquema dá livros a todas as crianças quando fazem 6 meses, 18 meses e 3 anos. Os livros incluídos nos pacotes são adequados à idade a que se referem e o objectivo é, claro está, criar hábitos de leitura.

O pacote, em forma de arca de tesouro, inclui dois livros ilustrados, um livro para colorir, uma caixa de 12 lápis, uma afiadeira, autocolantes para pôr nos livros com o nome, e um livrinho para os pais, com dicas de como ler às crianças.

No livrinho para os pais, ilustrado por Arthur Robins (autor do cãozinho neste post), vem um poema muito lindo de Tony Mitton que tenho de partilhar aqui.


NEW BOOK
As you open its lid your mind unlocks.
The book itself is a brand new box.
And you pore that book by day and night,
For the book is a block of pure delight.
Then when you’ve done and the text is read
and your eyes are tired but your mind feels fed,
you may place that book on the silent shelf
but a bit of the book has become your new self.
(by Tony Mitton)

02 fevereiro 2009

Neve

Data de 21 de Fevereiro de 2005. Foi escrito numa noite em que olhei lá para fora e via a neve cair no jardim à frente de minha casa.

Já é antigo mas é hoje bem válido, numa noite em que a neve mais uma vez cai lá fora.

Derrete
Mas teimosa
Vai caindo
Caindo arrefece o chão
Caindo tece um manto branco
Cobre a terra escura
Reflecte a luz da lua

14 janeiro 2009

"Mangas" para a cozinha

Se para mim o Pai Natal trouxe um livro, para o meu sogro trouxe um par de "mangas" para a cozinha. Achei o máximo: como é que uma coisa tão simples pode ser tão útil?

Se forem como eu, sentem-se extremamente frustrados quando, a cozinhar ou a lavar a louça, as mangas da camisola ou da camisa teimam em descer da parte de cima do braço para onde as enrolei. E depois... sujam-se com o molho que salpicou ou molham-se todas.

Assim, porque não sei onde foram compradas, porque acho piada a fazer coisas por mim mesma, porque ando sempre à cata de ideias engraçadas, e porque procurava um pequeno projecto que pudesse começar e acabar rapidamente, lancei mãos à obra.

O resultado pode ver-se na foto.


Kitchen half-sleeves


Se as voltar a fazer, vou-as fazer um pouco mais compridas para que se possam adaptar a braços um pouco mais compridos do que os meus.

Agora só falta fazer a "saia" para a panela, a copiar uma que vi em casa da minha sogra.

Bonito livro sobre Crewel

Este Natal o Pai Natal deu-me um livro lindíssimo de bordado de crewel. O título é "The New Crewel" e a autora é Katherine Shaughnessy. O livro para além de estar bem organizado (um pouco de história, material necessário, pontos principais, exemplos práticos aplicados), tem óptimas fotografias e os desenhos sugeridos são extremamente originais e actuais.



A autora propõe-se com o livro trazer para os nossos dias esta técnica de bordado tão antiga e penso que o consegue muito bem. Vale bem a pena ter este livro, para quem gosta de ver livros bonitos e para quem se quer inspirar e ganhar coragem para tentar este tipo de bordado.

Page of "The New Crewel" book


Tentei descobrir como se diz crewel em português e não consegui. Se alguém souber, por favor avise.